Projeto da UFF, apoiado pela FEC, conscientiza alunos das escolas municipais de Niterói através de jogos e aplicativos sobre saúde e obesidade

Beber água, fazer atividade física e cuidar dos hábitos alimentares são práticas benéficas para a saúde, equilibrando o sistema imunológico do corpo humano e precavendo contra doenças, como a obesidade. No Brasil, estudos indicam que cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes são obesos. Estima-se que oito em cada dez adolescentes permaneçam com a doença na fase adulta.

Diante deste contexto e atentos a uma questão de saúde pública, pesquisadores do Departamento de Imunobiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram um projeto de educação sobre o sistema imunológico, visando à conscientização de crianças e adolescentes sobre a obesidade. A iniciativa integra o Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA), parceria realizada entre a Prefeitura de Niterói e a Universidade Federal Fluminense (UFF), com apoio da Fundação Euclides da Cunha (FEC).

O reitor da UFF Antonio Claudio Lucas da Nóbrega destaca o valor do projeto e o quanto agrega o cotidiano dos estudantes das escolas do município: “Os projetos do PDPA destacam o valor da parceria da UFF com a prefeitura de Niterói, atuando atentamente nas questões de saúde pública na dimensão local e nacional. Sabemos que a educação é a chave da mudança em nossa sociedade e acreditamos que este projeto do Departamento de Imunobiologia contribuirá dentro e fora das escolas municipais, tendo em vista que os alunos compartilham o conhecimento em suas casas e junto a suas famílias. A conscientização traz benefícios e permite a prevenção de doenças e traz qualidade de vida para toda população Niteroiense.”

A iniciativa divide-se em dois momentos. A primeira parte da aplicação do projeto apresenta os conhecimentos básicos da Imunologia para os alunos. As pesquisadoras explicam o estudo para os professores e, voluntariamente, eles se tornam a ponte da escola com a Universidade. Ainda nesta etapa, os educadores recebem o jogo de tabuleiro, acesso ao aplicativo e ao Classroom, para ter contato com o material preparado pelos pesquisadores.

Na segunda etapa, após todo conhecimento adquirido junto aos alunos e a atualização dos professores sobre o assunto, o trabalho será focado na obesidade. Os docentes voluntários irão em grupos para o IB, Instituto de Biologia, e passarão um dia de estudo no laboratório. Todos receberão materiais de experimentos previamente feitos no laboratório, como o tecido adiposo do obeso e do saudável para comparação em sala de aula, um fígado saudável e um fígado de um obeso em 3D, além de um pôster com todas as informações básicas, ilustrado e didático sobre obesidade.

A coordenadora da pesquisa, professora Carla Eponina De Carvalho Pinto conta o objetivo do projeto. “O intuito, além de gerar o conhecimento mais aprimorado e mais aprofundado do sistema imunológico para esse nível escolar, é que eles fixem esse conhecimento”. Ainda sobre a segunda etapa, acrescentou: “Com esse conhecimento gerado junto aos alunos e atualização dos professores sobre o assunto, nós vamos ano que vem trabalhar a obesidade, um problema de saúde pública”.

Cada escola recebe dois tabuleiros mais o conjunto de acessórios, com cards, dados e pinos na primeira fase do programa. O jogo é composto por um tabuleiro com o corpo humano, ‘casas’ para os alunos avançarem com os dados e 40 cartões com perguntas. Caso haja demanda, o tabuleiro conta com uma versão para alunos cegos, além da versão do jogo para aplicativo de celular possuir as mesmas perguntas do tabuleiro em Libras.

A pesquisa é coordenada por Carla Eponina, e vice-coordenada por Caroline de Souza Barros. Os professores colaboradores Fábio Canto e Mariana Renovato Martins, a aluna de mestrado Amanda Santos Antunes, a bolsista do PIBITI Raissa Guimarães, a bolsista de extensão Mariana Pereira de Freitas e a de atividades complementares Carol Costa Encarnação também compõe a equipe.