Projeto CESCOLA: Educação Ambiental em Escolas Públicas nos Municípios do Rio de Janeiro

Com a finalidade de fomentar a educação ambiental em escolas públicas, a Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a Fundação Euclides da Cunha (FEC), criou uma ação que visa a reciclagem de resíduos, sejam orgânicos, como restos de alimentos, folhas e secos, como papel, alumínio, plástico e vidro. O Projeto de Instalação de Centro de Educação Ambiental (CEA) em Municípios, tem como objetivo formar cidadãos conscientes da importância da responsabilidade ambiental.

A iniciativa foi idealizada pelos professores Afonso Aurélio de Carvalho Peres, da Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda (UFF), e Roberto Guião de Souza Lima Júnior, do Centro Universitário de Volta Redonda (UNIFOA). De acordo com o coordenador Afonso, o projeto surgiu a partir da iniciativa da empresa Dr. Catador, que oferecia coleta e tratamento de resíduos orgânicos na cidade de Volta Redonda.

“Com resultados positivos, houve a criação do Centro de Educação Ambiental (CEA), em parceria com o Clube dos Funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional (CFCSN), expandindo-se para o ambiente escolar e resultando na parceria com a UFF e a criação do CESCOLA.”

– Professor Afonso Aurélio de Carvalho Peres.

O projeto busca implementar residuários e composteiras nas unidades escolares para coletar e reciclar resíduos secos e compostar os resíduos orgânicos, evitando, assim, o envio destes materiais para aterros sanitários, reduzindo custos públicos e os impactos ambientais, como a produção de gases e chorume.

A estrutura construída em cada unidade permite não só a realização das atividades de extensão, com a capacitação dos participantes, mas também o desenvolvimento de estudos, trabalhos que visem a pesquisa, ensino e a inovação, com avaliação dos compostos produzidos para os diversos fins.

O CESCOLA foi implantado nos municípios de Paraty, Porto Real, Resende e Volta Redonda, localizados no Rio de Janeiro. Cada unidade participante é equipada com residuários e composteiras para coleta, tratamento e destinação destes materiais, envolvendo toda a comunidade escolar no processo. Além do mais, contou o apoio para expansão por meio de uma Emenda Parlamentar Participativa.

CESCOLA Paraty

Para que seja realizada, a UFF oferece a proposta aos municípios. Logo, a implantação começa com a colaboração das Secretarias de Meio Ambiente, e a escolha de uma Unidade Escolar para instalação é feita em parceria com as Secretarias de Educação. Com isso, uma Unidade Demonstrativa é estabelecida para coordenar as atividades. Em cada espaço, um gestor local é designado para coordená-lo e inclui a montagem e operação de composteiras para tratamento de resíduos orgânicos, além da coleta de recicláveis secos para cooperativas de catadores. Assim, o composto orgânico gerado é destinado a diferentes usos, dependendo da aptidão do lugar.

A iniciativa busca formar cidadãos conscientes com a causa ambiental, com a responsabilidade ecossistêmica, e, além disso, promover a economia circular nas unidades escolares, onde são tratados e destinados corretamente os resíduos produzidos, gerando novos produtos e/ou consumo, permitindo a redução do custo público na captação, transporte e destinação dos mesmos, reduzindo o impacto gerado por esta destinação e deposição em aterros sanitários.

“Para a sociedade, a UFF torna-se um modelo de educação ambiental sendo um exemplo a ser seguido, pois permite o acesso e atividades de visitação e extensão universitária, junto às escolas, grupos territoriais e pessoas comuns, cumprindo o papel de instituição pública, gratuita, de qualidade, inclusiva e sustentável.”

– Professor Afonso Aurélio de Carvalho Peres.

A expectativa é que cada unidade demonstrativa instalada nestas redes de ensino se torne um núcleo disseminador de consciência ambiental, capacitando pessoas e despertando a comunidade para a importância da responsabilidade ambiental. A ideia é que a ação se multiplique, criando novas unidades demonstrativas em mais ambientes escolares e alcançando um impacto ainda maior.

“É um processo lento, onde devemos ser entusiastas do desenvolvimento de mudança. Espera-se que o município e as pessoas abracem a proposta e assim possa ser multiplicada e permita criar novas unidades demonstrativas em novas escolas.”

– Professor Afonso Aurélio de Carvalho Peres.

Para dar continuidade ao CESCOLA após dois anos, a UFF busca parceiros privados para adoção, quando os recursos iniciais se encerram. Para isso, estão sendo realizadas reuniões e visitas técnicas para atrair investimentos da iniciativa privada.

Além do coordenador, Afonso Aurélio de Carvalho Peres, integram o projeto o também e o idealizador, coordenador e professor do Centro Universitário de Volta Redonda (UNIFOA), Roberto Guião, contratado como consultor externo, docentes, técnico-administrativos, discentes de graduação e pós-graduação, terceirizados colaboradores e voluntários da sociedade civil.