Em uma iniciativa que alia inovação, sustentabilidade e aproveitamento de recursos naturais, a Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a Fundação Euclides da Cunha (FEC) e a Prefeitura de Niterói, conduziu o projeto PDPA intitulado “Utilização de Resíduos de Casca de Mexilhão de Jurujuba em Substituição Parcial à Areia Natural na Confecção de Blocos de Concreto Sustentáveis para Edificações”. Esta iniciativa buscou transformar um passivo ambiental em soluções para a indústria da construção civil.
A principal motivação do projeto é o reaproveitamento de conchas de mexilhão descartadas na fazenda marinha de Jurujuba, em Niterói. Atualmente, essas conchas são encaminhadas para aterros sanitários, gerando impactos ambientais negativos, como contaminação do solo e emissões de gases de efeito estufa. O projeto propõe o uso das conchas como substituto parcial da areia natural na produção de artefatos cimentícios, promovendo a sustentabilidade e alinhando-se aos princípios da economia circular.
Uma das iniciativas do projeto foi a oficina de produção de argamassas com conchas de mexilhão, realizada em outubro de 2024, no Laboratório de Materiais de Construção da UFF (LAMCO), vinculado à Escola de Engenharia, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Ministrada pelos coordenadores, profª Camila Aparecida Abelha Rocha e prof. Fábio de Oliveira Braga, com o apoio de seis alunos do curso de Engenharia Civil, a oficina capacitou 40 participantes em dois turnos. Os participantes aprenderam desde o processo de limpeza e trituração das conchas até a confecção de artefatos cimentícios com areia de concha. Colaboradores da FEC também marcaram presença, aproveitando a oportunidade para aprender sobre as técnicas inovadoras apresentadas.
O uso de conchas de mexilhão oferece vantagens tanto ambientais quanto econômicas. Além de reduzir o descarte em aterros e os impactos associados, as conchas produzem artefatos com características estéticas únicas. Essa solução também tem potencial para gerar renda adicional aos maricultores, que poderiam incorporar a produção dos materiais em suas atividades.
A parceria com a FEC desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do projeto, simplificando processos administrativos e viabilizando a aquisição de insumos e equipamentos. O sistema Conveniar, utilizado pela FEC, também garantiu maior transparência e agilidade no acompanhamento dos recursos.
“O gerenciamento dos recursos, a realização de compras e a prestação de contas realizados pela FEC retiram uma grande carga de trabalho burocrática do coordenador do projeto, permitindo que ele use seu tempo efetivamente para a realização da pesquisa.”
– Professora Camila Rocha.
Com os avanços obtidos, o projeto continua a refinar suas metodologias e ampliar as aplicações das argamassas sustentáveis. A expectativa é de que essa solução não apenas beneficie o meio ambiente, mas também inspire outras iniciativas que valorizem a economia circular e a inovação no setor da construção.
